Acessibilidade em Eventos: Como garantir a Inclusão para Todas as pessoas?

Felipe Gruetzmacher
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A acessibilidade em eventos presenciais cobre várias etapas para que cada instante do evento seja inclusivo e acolhedor. Neste texto, vamos detalhar as estratégias mais eficazes para estimular a inclusão. 

Os principais tópicos trabalhados neste artigo são: 

  • Por que sua empresa deve agregar acessibilidade em eventos?
  • Qual é a prioridade para agregar acessibilidade em eventos?
  • Como escolher a temática do evento acessível?
  • Quais as boas práticas para tratar com pessoas com deficiência?

A partir desses três tópicos, você vai entender tanto a parte técnica quanto a parte atitudinal de um evento acessível. Invista nessas duas dimensões para que seu evento celebre a diversidade!

Venha ler nosso conteúdo e seja uma marca empresarial amiga da inclusão.

Por que sua empresa deve agregar acessibilidade em eventos?

Ao preparar um evento acessível, sua empresa se posiciona como aliada da causa das pessoas com deficiência. O seu evento abre espaço para a diversidade e um maior número de pessoas ficarão interessadas nas temáticas apresentadas. 

Essa maneira de comunicar atinge um público bem maior. Os resultados são credibilidade e reconhecimento para a sua marca, assim como notoriedade para os assuntos apresentados.

Sua marca, ao promover esse evento, consegue:

  • gerar conexão com pessoas com deficiência, o que pode resultar em possíveis contratações. Afinal, contar com talentos específicos e novas experiências nunca é demais! Ainda, sua empresa pode cumprir com a Lei de cotas, a Lei  8.213/91. Funciona principalmente se você estiver organizando ou financiando um feirão de emprego. Deixe que sua marca seja conhecida através de um contato próximo e presencial. O artigo 93 da Lei 8.213/91 deixa bem claro a necessidade de contratar com o texto:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

I - até 200 empregados...........................................................................................2%;

II - de 201 a 500......................................................................................................3%;

III - de 501 a 1.000..................................................................................................4%;

IV - de 1.001 em diante. .........................................................................................5%.

  • conquistar novos clientes. Se sua marca estiver divulgando soluções em palestras ou stand, ela vai conquistar um número maior de pessoas compradoras. São ocasiões perfeitas para validar ideias, pivotar e cocriar. 

  • consolidar relacionamentos com stakeholders. É um caso de credibilidade compartilhada. Imagine montar um evento onde outros empreendedores possam apresentar as soluções deles em stands. Dessa forma, sua marca organizadora impulsiona outras empresas, startups e organizações. Você estimula e ativa todo o potencial empreendedor do ecossistema de inovação! Estratégias em que todas as empresas crescem vão te levar mais longe.

Como um evento acessível pode acelerar a inovação?

O networking cocriado pelo evento estimula a troca de ideias, experiências e insights. Todo esse esforço em envolver a comunidade em eventos significa uma sólida conexão entre sua empresa e as oportunidades profissionais. Assim, sua organização pode incorporar as inovações discutidas externamente. Traga a sabedoria do mundo exterior para o seu empreendimento!

Além do mais, a incorporação de ideias inovadoras pode acontecer simultaneamente com a inclusão! Isso reforça o papel da sua instituição em moldar o ecossistema empresarial e estimular o protagonismo das pessoas com deficiência.

Qual é a vantagem das pessoas com deficiência em participar do seu evento?

São variados os ganhos para o público com deficiência. Acessar experiências únicas, conhecer contatos e fortalecer o networking são alguns. A acessibilidade em eventos significa a possibilidade de interagir socialmente, o que é a base para a inclusão.

Por fim, um evento acessível não é só uma questão mercadológica ou uma forma de inovar. É um avanço em termos de cidadania, ética e possibilidades de ir, vir, conhecer e interagir. Todos os envolvidos acabam ganhando! 

Qual é a prioridade para agregar acessibilidade em eventos?

A prioridade de um evento é garantir a autonomia e independência das pessoas com deficiência. Portanto, a equipe organizadora deve ter muita sensibilidade para mapear, remover ou minimizar barreiras atitudinais, comunicacionais ou físicas. 

A acessibilidade é uma característica que garante melhora na qualidade de vida das pessoas e da coletividade. Por isso, eventos devem proporcionar segurança e possibilidades de interação social. 

Qual é a base de um evento acessível?

O desenho universal e contemplar todas as dimensões da acessibilidade são os passos iniciais. Dessa forma, você entrega uma experiência equitativa e oportunidade de participação para todas as pessoas.

Como planejar um evento acessível? 

O planejamento do evento acessível deve englobar o objetivo dele, a abordagem do tema, identificação do público e orçamento. Ainda, no planejamento, colete opiniões de pessoas com deficiência para proporcionar uma experiência inesquecível.

Atenção: os temas dos eventos podem ir muito além do assunto “deficiência”. 

Imagine, por exemplo, uma feira de empregos: ela precisa ser acessível. Ainda, a separação entre pessoas deve ser evitada. Elas precisam desfrutar da oportunidade de interagir, conviver e trocar experiências.Considere a opinião de pessoas com diferentes deficiências!

Como escolher a temática do evento acessível?

Em se tratando de tema, faça sua escolha com base no público, natureza e custos do evento. Aliás, a acessibilidade deve estar em qualquer ocasião. São alguns exemplos de temas para o evento:

  • cultura;
  • ciência;
  • públicos;
  • workshops;
  • entrevistas coletivas;
  • palestras;
  • apresentações;
  • feira de empregos;
  • stands.

Após a escolha do tema, você define o seu público-alvo. Dentro desse público-alvo maior, você deve considerar sempre que há pessoas de públicos prioritários. Podem ser:

  • pessoas com deficiência;
  • pessoas com mobilidade reduzida;
  • pessoas com dificuldade de locomoção;
  • pessoas idosas;
  • pais com crianças pequenas;
  • pessoas idosas.

Quais os cuidados para oferecer uma experiência inigualável no evento?

O local do evento deve contar com acesso facilitado. Ainda, deve oferecer simplicidade para ingressar no transporte público e espaços próprios para o público prioritário. 

A forma de convidar as pessoas para o evento deve priorizar o fácil entendimento. 

Conteúdo promocional deve conter acessibilidade para pessoas cegas, usuárias de legendas e Libras. Além disso, ele deve contar áudio e audiodescrição para suprir as necessidades comunicacionais do público.

Com a priorização da acessibilidade em convites, seu marketing pode ser divulgado boca a boca. O contato entre sua comunicação institucional terá um maior alcance e crescimento orgânico. 

Como identificar as demandas por acessibilidade do seu público?

Na própria inscrição do evento, você pode coletar dados sobre demandas de acessibilidade. Um espaço no google forms, por exemplo, pode ser deixado para coletar as informações sobre o tipo de deficiência do respondente. Além do mais, seria interessante perguntar sobre a dificuldade de locomoção e recurso de acessibilidade usado. 

Com base nesses dados e estimativas, você faz os cálculos referentes a demanda de acessibilidade e organização do evento. Com isso, você pode suprir necessidades de inúmeros públicos.

O que não pode faltar no seu evento acessível? 

  • Garantia de acesso físico ao público prioritário;
  • atendimento com pessoal especializado e com balcões de recepção rebaixados;
  • sanitários adaptados;
  • indicação de rotas acessíveis;
  • vagas de estacionamento para pessoas com deficiência, pessoas gestantes, pessoas idosas e pessoas com necessidade especial temporária;
  • mobilidade nas dependências do local;
  • rampas de acesso e meios-fios rebaixados;
  • pontos de ônibus próximos com área de embarque e desembarque;
  • indicação de rotas de fuga;
  • comunicação em libras;
  • empréstimos e orientação sobre uso de cadeira de rodas motorizadas, cadeira de rodas  manuais e/ou empréstimos de triciclo motorizados;
  • informação sobre serviços de apoio oferecidos;
  • sinalização dos recursos de acessibilidade disponibilizados.

O que não pode faltar nas áreas de circulação? 

As áreas de circulação servem, como o nome já diz, para a circulação. Podem ser circulação horizontal (corredores, por exemplo) ou circulação vertical (rampas e escadas, por exemplo). Dessa forma, elas devem apresentar:

  • elevadores, rampas e rotas acessíveis;
  • corrimão principalmente sinalizados em braile;
  • sinalização podotátil direcional e alerta;
  • sinais visuais e braille;
  • sanitários próximos;
  • maquete tátil nas entradas e saídas;

Além disso, muitas vezes, a pessoa com deficiência traz uma pessoa acompanhante e/ou cão-guia. Por isso, ofereça assentos e lugares adaptados para este público. Reserve espaços para triciclos e cadeiras de rodas.

Quais as boas práticas para tratar pessoas com deficiência?

 

Depende do contexto, indivíduo e da deficiência. Algumas boas dicas para facilitar a interação são:

  • Pessoa com deficiência visual:
  • Na hora do cumprimento, toque levemente a mão da pessoa para que ela perceba e segure;
  • Caso uma pessoa parecer precisar de apoio, converse e pergunte primeiro. Depois, identifique-se e ofereça auxílio;
  • Se ela aceitar você como guia, coloque a mão dela no seu cotovelo dobrado. Assim, ela pode acompanhar o movimento do seu corpo no caminhar;  
  • Se passarem em um corredor estreito, por onde só uma pessoa pode caminhar, coloque o seu braço para trás. Dessa forma, a pessoa cega continuará seguindo você;
  • Avise caso você se afastar. 
  • Explique direções e aponte referências de forma específica.

Por exemplo: “há pessoas uns trinta metros à esquerda”

  • mencione sobre a presença de obstáculos;
  • fale num tom de voz normal;
  • nunca brinque com o cão-guia quando ele exercer o ofício de guia. Enxergue o cão guia como um instrumento da pessoa cega. Sempre quando ele estiver com arreio, ele está na função de guia;
  • o cão-guia sempre entra no banheiro com o cego.
  • o cão-guia precisa sair para fazer necessidades fisiológicas de 3 a 4 vezes por dia. A pessoa cega vai com ele;
  • quando a pessoa cega estiver acostumada ao ambiente, ela pode não precisar mais de seu auxílio, já que tem independência suficiente;
  • use palavras como “olhe” e “veja” com naturalidade, pois as pessoas com deficiência visual fazem o mesmo. 

 

  • Pessoa com deficiência física:
  • Sente-se para ficar na mesma altura de uma pessoa numa cadeira de rodas se a conversa for muito longa. É incômodo para a pessoa sentada numa cadeira de rodas ficar olhando o tempo todo para cima;
  • Nunca se apoie na cadeira de rodas, bengalas ou muletas;
  • Empurre cadeira de rodas com cuidado. Se parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira para que todos possam participar da conversa;
  • Caso presencie um tombo de uma pessoa, ofereça-se para ajudar. Pergunte como essa pessoa necessita de ajuda;
  • Ajude a manter bengalas e muletas sempre perto das pessoas que necessitam delas;
  • Não se envergonhe se usar palavras como “correr” e “andar”. Essas palavras são usadas normalmente pelas pessoas com deficiência física. 
  • Pessoa com paralisia cerebral:
  • Trate a pessoa com o mesmo respeito que você tem pelos demais;
  • lembre-se que ela pode ter dificuldades para se deslocar. Ela pode fazer movimentos involuntários com os braços, pernas e rosto. Além disso, ela pode ter dificuldade de fala e um ritmo mais lento.

  • Pessoa com deficiência intelectual:
  • Trate a pessoa conforme a idade dela. Uma criança demanda um tratamento diferente do adulto;
  • Nunca proteja exageradamente. Ajude somente se necessário. Sempre vale a regra de perguntar se a pessoa necessita de apoio;
  • seja natural e amistoso;
  • nunca subestime a inteligência de uma pessoa com deficiência intelectual. Ela pode adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais no ritmo dela.

  • Pessoas com deficiência auditiva:
  • Não é correto dizer que uma pessoa é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não aprenderam a falar e, por isso, não falam. Algumas fazem leitura labial;
  • acene para a pessoa surda ou toque seu braço. Assim, ela voltará a atenção para você. Assim, vocês podem dialogar. Sempre se posicione de frente para ela e evite gestos bruscos. Não segure objetos na frente da sua boca. Isso facilita a leitura labial. Fale de um jeito claro e pronuncie bem as palavras numa velocidade normal. Aumente ou reduza a velocidade da sua fala conforme ela pedir. 
  • Procure ficar num lugar iluminado para facilitar a visualização;
  • seja expressivo: gestos, expressões faciais e movimentos indicam sentimentos.
  • mantenha contato visual numa conversa. Até porque quando você interromper o contato visual, ela pode pensar que a conversa terminou;
  • não se envergonhe de pedir para a pessoa repetir o que ela falou. Nem sempre a pessoa surda tem boa dicção. Caso seja necessário, usem bilhetes ou a escrita para a comunicação;
  • dirija-se sempre a ela, mesmo que ela tenha um intérprete;
  • Algumas pessoas surdas preferem escrever para se comunicar. Há, ainda, pessoas que usam língua de sinais ou códigos próprios. Tais métodos podem requerer paciência e concentração, pois podem ser lentos. Assim, você pode se comunicar usando questões cujas respostas sejam sim e não. Se necessário, ajude a pessoa surda a encontrar a palavra certa. Isso facilita a transmissão da mensagem. Não deixe que a ansiedade atrapalhe a conversa.

Vamos resumir os aspectos principais do nosso artigo?

Esta seção tem o objetivo de comunicar os pontos fundamentais e prioritários para fazer um evento acessível.

Qual é a maior motivação para agregar acessibilidade em eventos?

Atingir um maior número de pessoas e apresentar sua marca para um público mais diversos possível. Além de cumprir requisitos de acessibilidade e efetivar o direito de ir e vir.

Quais públicos prioritários demandam acessibilidade?

Pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida, pessoas com dificuldade de locomoção, pessoas idosas, pais com crianças pequenas e pessoas idosas.

Por que sua marca deve coletar informações sobre demandas de acessibilidade antes do evento?

Além dessa estratégia servir para conhecer as demandas do seu público alvo, ela permite que você conheça os custos com acessibilidade.

Conclusão

Além de contar com a acessibilidade em eventos, há outras maneiras da sua marca causar impacto no ecossistema empreendedor. Um site acessível e convidativo para uma diversidade de pessoas é uma forma de você conquistar mercado. A Perto Digital oferece uma gama de soluções para seu espaço web incorporar a acessibilidade digital. O resultado é lucro, autoridade e relevância para seu negócio.

Ao combinar acessibilidade em eventos e digital, você atinge duas dimensões de audiências: física e nos ambientes online. Conte com as dicas do nosso blog e nossas soluções digitais para causar essa dupla transformação. Sabia mais da nossa proposta de valor na nossa home.