O que é e por que seguir o WCAG?

Felipe Gruetzmacher
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A base de toda a WCAG pode ser resumida em uma única frase: são diretrizes e recomendações para oferecer produtos digitais inclusivos e acessíveis. A WCAG é a sigla para Web Content Accessibility Guidelines (Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web). Incorporar a WCAG significa que seu negócio já alcança um nível de diferenciação mercadológica. Portanto, o objetivo desse texto perpassa pelos subtemas:

  • Quais são as vantagens de se incorporar a WCAG?

  • Como a WCAG funciona em termos práticos?

  • De qual forma a Perto Digital pode auxiliar você a seguir a WCAG?

Entender a conexão entre WCAG, a acessibilidade e seu empreendimento fará você chegar bem mais longe. Continue com nossa leitura para conhecer mais desse tema.

Quais são as vantagens de se incorporar a WCAG?

Um empreendimento que segue a WCAG tem uma direção para criar produtos digitais que sejam mais inclusivos e acessíveis. Com isso, você oferece uma UX acessível e acolhedora. Os principais ganhos podem ser assim sintetizados:

  • Maior performance econômica: um site, produto ou um aplicativo que impacta as pessoas com deficiência conquista maior mercado. Esse maior engajamento significam maior número de conversões;

  • Dinheiro economizado: seguir a WCAG significa posicionar seu site, aplicativo ou produto digital nos primeiros locais da pesquisa. Seu marketing se torna mais efetivo, o que gera mais resultados com menos investimento.;

  • Economia de tempo: um marketing mais efetivo, impacto no mercado e engajamento fazem com que seu negócio conquiste clientes em menos tempo. Existe até mesmo um verbo para descrever isso: atalhar. Você cria atalhos para conquistar o coração das pessoas.

  • Navegação e usos mais simples: a objetividade agrega muito valor! Sites intuitivos são espaços onde a pessoa usuária alcança a informação certeira com menor número de cliques. Essa jornada menos trabalhosa pode ser alcançada quando seu produto digital segue o WCAG. Essa experiência mais confortável descomplica a vida da sua pessoa usuária.

  • Resiliência empresarial: seu empreendimento conquista maior lucro, autoridade e credibilidade. Essa vantagem acaba elevando o seu status social e facilitando a missão de lidar com o mercado. Conquistar o amor dos seus contatos é a receita certa para ampliar sua base de clientes e estar sempre adaptado às mudanças da economia. 

Como a WCAG funciona em termos práticos?

Seguir a WCAG possibilita que você construa conteúdos com qualidade e acessibilidade para pessoas independentemente de deficiência e/ou habilidade. Assim, estar de acordo com a WCAG faz com que seu conteúdo esteja alinhado com critérios de sucesso. Veremos a definição de critérios de sucesso mais adiante.

A WCAG quer atingir qual público?

As diretrizes fazem com que seu conteúdo seja acessível para uma ampla audiência. Seu produto digital vai atingir pessoas com deficiência visual, auditiva, física, de fala, linguagem, cognitiva, neurológicas e de aprendizagem.

A WCAG aborda a acessibilidade em se tratando de notebooks, computadores de mesa, dispositivos móveis e tablets.

Há algum público diverso que a WCAG não atinge?

Apenas seguindo o WCAG, seu produto digital não vai conseguir atender as necessidades de pessoas com todos os tipos, combinações e graus de deficiência. Por isso, sua operação precisa se aprofundar ainda mais na acessibilidade digital.

Seguir a WCAG faz com que seu negócio atinja quais públicos, além das pessoas com deficiência?

A WCAG torna seu conteúdo mais utilizável por pessoas mais velhas e que perderam habilidades com o passar do tempo. Além disso, essas diretrizes melhoram a usabilidade para todos os públicos.

Qual é a versão mais recente da WCAG?

A norma define o quão acessível seu produto digital consegue ser. Em função de novas tecnologias vindas para o mercado, a norma é atualizada periodicamente. No final de 2023, a versão WCAG 2.2 foi publicada e entrou em circulação.

A WCAG 2.2 foi escrita pela W3C em parceria com pessoas e organizações de todo o mundo. Esse trabalho colaborativo fornece um padrão internacional de acessibilidade do conteúdo da Web. O W3C é a sigla para World Wide Consortium e é uma organização que atua com padronização da rede mundial de computadores, a World Wide Web.

A organização W3C é um consórcio internacional com 450 membros, que inclui órgãos governamentais, negócios e órgãos independentes. Todos eles apoiam a construção de padrões focados na criação e interpretação de conteúdos digitais para a internet.

Qual é a estrutura da WCAG 2.2?

A estrutura da WCAG 2.2 se divide em camadas de orientações, como numa hierarquia. São as seguintes camadas presentes na WCAG 2.2:

  • Princípios: É a camada mais abrangente e que está no topo da hierarquia. Constitui a base da acessibilidade digital e se divide em perceptível, operável, compreensível e robusto.

  • Diretrizes: são 13 diretrizes que fornecem objetivos básicos para agregar acessibilidade em conteúdos. Assim, pessoas usuárias com diferentes deficiências podem ser atendidas. As diretrizes não podem ser testadas. Somente disponibilizam a estrutura e os objetivos globais que auxiliam na compreensão dos critérios de sucesso. Além disso, seguir as diretrizes melhora a implementação de técnicas.

  • Critérios de Sucesso: Cada diretriz engloba critérios de sucesso testáveis. Isso permite que a WCAG 2.2 seja usada quando requisitos e testes de conformidade são necessários. Exemplos de situações podem ser compras, regulamentações, projetos e acordos contratuais. Há, dentro desses critérios, três níveis de conformidade: A, AA e AAA. O AAA  é o mais elevado, enquanto o A é o mais baixo.

  • Técnicas suficientes e aconselhadas: Cada diretriz e critério de sucesso abrange uma variedade de técnicas documentadas por grupos de trabalho. Essas técnicas funcionam como informação e auxílio. A técnica é chamada de suficiente quando satisfazer os critérios de sucesso. Já a técnica aconselhada vai além do exigido pelos critérios de sucesso individuais. Elas possibilitam um melhor cumprimento das diretrizes. Algumas técnicas aconselhadas são direcionadas para barreiras de acessibilidade não abrangidas pelos critérios de sucesso testáveis.

Como essas camadas se integram na busca pela acessibilidade digital?

O exemplo a seguir ilustra bem o modo como essas camadas estão interligadas. Vamos mergulhar no próprio texto da WCAG 2.2 e buscar conceitos.

  • O princípio “perceptível” é assim definido: As informações e os componentes da interface do usuário devem ser apresentados em formas que possam ser percebidas pelo usuário.

  • A Diretriz 1.2 “Mídias com base em tempo” é descrita como: Fornecer alternativas para mídias baseadas em tempo.

  • Para essa diretriz,  existe o Critério de sucesso 1.2.1 Apenas Áudio e Apenas Vídeo (Pré-gravado):

  • Nível A: Para as mídias de apenas áudio pré-gravados e mídias de vídeo (sem áudio) pré-gravados as regras seguintes são verdadeiras, exceto quando o áudio ou o vídeo é uma mídia alternativa para o texto e está claramente identificado como tal:

  • Apenas áudio pré-gravado: É fornecida uma alternativa para mídia com base em tempo que apresenta informação equivalente para o conteúdo composto por apenas áudio pré-gravado.

  • Apenas vídeo pré-gravado: É fornecida uma alternativa em mídia com base em tempo ou uma faixa de áudio que apresenta informação equivalente para o conteúdo apenas de vídeo pré-gravado.

Assim, a partir desse exemplo, é possível entender como a diretriz “perceptível” engloba a Diretriz 1.2 “Mídias com base em tempo”. Essa diretriz atinge um nível A quando apresenta uma alternativa para áudios pré-gravados ou apenas vídeos pré-gravados.

Dito de outra forma: a mesma informação comunicada por áudio pré-gravado ou vídeo pré-gravado precisa ser transmitida de outra forma. Assim, sua comunicação atinge todos os públicos.

Há, ainda, mais camadas! A própria WCAG apresenta explicações informativas para enriquecer sua compreensão. Atender esses requisitos gera benefícios especificados conforme diz a seção “Compreendendo o SC 1.2.1: Somente áudio e somente vídeo (pré-gravado) (nível A)”. O texto é:

  • Este Critério de Sucesso ajuda pessoas que têm dificuldade em perceber conteúdo visual. A tecnologia assistiva pode ler alternativas de texto em voz alta, apresentá-las visualmente ou convertê-las para braile.

  • Alternativas para mídia baseada em tempo e texto podem ajudar algumas pessoas que têm dificuldade em entender o significado de conteúdo de vídeo pré-gravado.

  • Pessoas surdas, com deficiência auditiva ou que tenham dificuldade para entender informações de áudio por qualquer motivo podem ler a apresentação de texto. Pesquisas estão em andamento sobre tradução automática de texto para a linguagem de sinais.

  • Pessoas surdo cegas podem ler o texto em braile.

  • Além disso, o texto permite pesquisar conteúdo não textual e reutilizar conteúdo de diversas maneiras.

Exemplos de atendimento a diretriz são assim descritos pela própria WCAG:

  • Uma gravação de áudio de uma conferência de imprensa: Uma página da Web inclui um link para uma gravação de áudio de uma conferência de imprensa que identifica a gravação de áudio. A página também contém um link para uma transcrição de texto da conferência de imprensa. A transcrição inclui um registro literal de tudo o que os palestrantes dizem. Ela identifica quem está falando, bem como observa outros sons significativos que fazem parte da gravação, como aplausos, risos, perguntas da audiência e assim por diante.

A situação “se conteúdo for somente áudio pré-gravado” requer técnica suficiente assim descritas:

  • Fornecer uma alternativa para mídia baseada em tempo para conteúdo somente de áudio.

Na prática, um podcast pode oferecer a gravação em áudio e a alternativa de texto para contemplar diversas necessidades. Já a técnica de consultoria usada quando o conteúdo for somente áudio pré-gravado é definido pelas seguintes palavras:

  • Usando o elemento de trilha para fornecer descrições de áudio.

Imagine que seu negócio seja um restaurante que tenha um site e participe de um podcast para debater culinária. Nesse caso, oferecer a transcrição do podcast, bem como a gravação em áudio é uma estratégia para abarcar diferentes públicos.

Sua conversa em torno da culinária vai encantar a comunidade surda com esses recursos de acessibilidade! Desse modo, seu restaurante conquista credibilidade, autoridade e novos consumidores.

Quais são as inovações trazidas pela WCAG 2.2 em relação às demais?

Por conta das transformações digitais, a presente versão da WCAG 2.2 apresenta inovações bem específicas. O propósito dessas novas funcionalidades é melhorar a acessibilidade para pessoas usuárias com baixa visão, com deficiência cognitiva ou de aprendizagem e pessoas usuárias com deficiência em dispositivos móveis.

Houve, portanto, um acréscimo em se tratando de novos critérios de sucesso e definições para apoiá-los. Foram acrescentadas diretrizes para organizar as edições. Assim, a WCAG 2.2 estabeleceu novos critérios de sucesso como:

  • 2.4.11 Foco não Obscurecido (Mínimo) (AA);

  • 2.4.12 Foco não Obscurecido (Melhorado) (AAA);

  • 2.4.13 Aparência do Foco (AAA);

  • 2.5.7 Movimentos de Arrastar (AA);

  • 2.5.8 Tamanho do Alvo (Mínimo) (AA);

  • 3.2.6 Ajuda Consistente (A);

  • 3.3.7 Entrada Redundante (A);

  • 3.3.8 Autenticação Acessível (Mínimo) (AA);

  • 3.3.9 Autenticação Acessível (Melhorado) (AAA).

A nova versão 2.2 introduziu aspectos de especificações que podem impactar pontos como segurança e privacidade.

Qual é o futuro da acessibilidade?

A versão da WCAG 3.0 está na etapa de rascunho, sendo desenvolvida pela Silver Task Force. A proposta é agregar novos tópicos e aprimorar as entregas das versões anteriores.

A tal nova versão busca ampliar o alcance das diretrizes. Permanecerá a sigla WCAG com outro significado. Essa nova versão significará W3C Accessibility Guidelines. A principal inovação será cobrir aspectos além do conteúdo produzido para a internet.

A expectativa é que a nova versão 3.0 traga:

  • Maior acessibilidade nas diretrizes: as novas regras estarão numa linguagem mais direta e objetiva. Esse atributo facilita o entendimento para todas as pessoas! A WCAG conseguirá abarcar um público não familiarizado com tecnologia.

  • Colocar as necessidades das pessoas usuárias no centro: A orientação da WCAG 3.0 é atender prioritariamente às pessoas usuárias e não focar somente em tecnologias específicas. Essa característica fará com que as diretrizes sem aplicáveis a plataformas como aplicativos móveis, PDFs e ePubs.

  • Mudança na estrutura de conformidade: os níveis “A, AA e AAA” terão uma nova nomeação. Serão os níveis Bronze, Prata e Ouro. Assim, as diretrizes serão implementadas com maior granularidade e flexibilidade.

  • Conformidade ampliada: A WCAG 3.0 avaliará sites e aplicativos na totalidade e não somente página por página.

  • Requisitos para conteúdos de terceiros: as novas diretrizes serão bem mais específicas para lidar com a acessibilidade de conteúdo incorporado de terceiros.

  • Métricas e pontuação: testes, verificações, amostragem e pontuação farão parte do processo de avaliação de conformidade. O processo será mais abrangente e objetivo.

A versão WCAG 3.0 estará atualizada com as tendências e será um suporte estratégico para produtos digitais acessíveis. A expectativa é que a WCAG 3.0 seja lançada em 2028. Com a garantia de maior flexibilidade na avaliação, a WCAG 3.0 abarcará públicos não especialistas em tecnologias.

De qual forma a Perto Digital pode auxiliar você a seguir a WCAG?

Temos vários recursos disponíveis para que seu empreendimento esteja de acordo com a WCAG 2.2. O produto Plugin Perto, por exemplo, oferece mais de 50 funcionalidades para atender aos níveis de conformidade. Oferecemos serviços de monitoramento para posicionar seu empreendimento de acordo com várias conformidades legais nacionais e internacionais.

Além dos já citados recursos, oferecemos soluções sob medida para que cada aspecto da sua comunicação digital seja acessível. Colocar a pessoa usuária com deficiência no centro da navegação e usabilidade faz com que seu negócio atenda variados requisitos nacionais e internacionais. O segredo é esse: priorizar a jornada digital e ir além do mero checklist.

Vamos realizar uma síntese dos temas trabalhados e aprofundar nossa aprendizagem?

Esta seção é um convite para memorizar os aspectos principais da WCAG listados ao longo do nosso texto.

Quais os benefícios de seguir a WCAG 2.2 para a sua empresa?

Maior possibilidade de atingir mais mercado, o que resulta em lucro. Além disso, seu marketing se torna mais acessível, efetivo e engajante. Esse atributo significa dinheiro e tempo economizados. A oferta de uma jornada digital mais simples e intuitiva agrega valor para a pessoa usuário e para sua marca. Tantos atributos reforçam sua presença digital e fortalecem seu negócio.

Quais são as camadas da WCAG?

Princípios, diretrizes, critérios de sucesso, técnicas suficientes e aconselhadas.

Quais os benefícios que uma empresa que segue a WCAG entrega para as pessoas?

Maior facilidade e comodidade para as pessoas com deficiência navegar e usar seu site.

Conclusão:

Seguir a WCAG é mais do que uma preocupação mercadológica e um diferencial competitivo. A oferta de uma navegação e usabilidade mais fluídas promovem uma maior interação entre site e público. Portanto, cumprir a WCAG faz com que seu negócio esteja atendendo demandas éticas.

Leia mais do nosso site e converse com nossa equipe. Nossa tecnologia pode agregar um enorme valor para seu empreendimento. Seja parte desse impacto digital e celebre as diferenças.